Background Image
Previous Page  259 / 286 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 259 / 286 Next Page
Page Background

259

Revista da Procuradoria-Geral do Estado do Acre, Rio Branco, v.11, dez, 2016

AABSTRATIVIZAÇÃO DO CONTROLE INCIDENTAL DE

CONSTITUCIONALIDADE EXERCIDO PELO SUPREMO TRIBUNAL

FEDERAL: UM ESTUDO A PARTIR DA RECLAMAÇÃO Nº 4335/AC

a inconstitucionalidade de uma lei ou de um ato normativo

do poder público, seja ele federal, estadual ou municipal.

Cumpre esclarecer, desde logo, que o art. 52, inciso X, da

Constituição Federal, não autoriza o Senado a declarar nenhuma

inconstitucionalidade, razão porque estão equivocados aqueles

que veem nessa disposição uma prova de que no Brasil o controle

de constitucionalidade é misto, por envolver u m controle judicial

e político.

Em contrapartida, os críticos desta teoria defendem que

existem outros mecanismos para que as decisões que envolvam

a inconstitucionalidade, mesmo que em controle difuso, possam

exercer efeitos para todos. O fato é que o poder judiciário necessita

urgentemente de mecanismo de forma a unificar a jurisprudência

brasileira.

4. A TRANSCENDÊNCIA DOS MOTIVOS

DETERMINANTES NO CONTROLE DIFUSO

De fato, como visto, o controle difuso, que existe no país

desde a primeira constituição republicana, e inequivocamente

inspirado no modelo norte-americano, permite a qualquer juiz ou

tribunal realizar, no julgamento de um caso concreto, a análise da

constitucionalidade de uma lei ou ato normativo federal, estadual

ou municipal. A análise da constitucionalidade do dispositivo,

nesta modalidade de controle, não é o objeto principal da ação,

sendo apreciada apenas em caráter incidental.

A declaração de inconstitucionalidade de lei ou ato

normativo federal, estadual, distrital ou municipal, proferida num

caso de controle difuso de constitucionalidade, produz eficácia

apenas entre as partes litigantes, fazendo com que a lei deixe de

ser aplicada somente em relação àquelas partes que figuraram no