Background Image
Previous Page  162 / 402 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 162 / 402 Next Page
Page Background

162

REVISTA DA PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO DO ACRE

Aanálise deHannahArendt tambémexplica que nunca

se deve privar o ser humano da oportunidade de empreender

alguma nova e diferente daquilo que já existe, porque é o

poder de co-criação e a perspectiva de se responsabilizar pela

construção do próprio mundo que o motivam à ação inovadora,

à realização do milagre humano, “porque os homens, enquanto

puderemagir, são aptos a realizar o improvável e o imprevisível,

e realizam-no continuamente, quer saibam disso, quer não”.

30

Para resgatar a verdadeira essência e a razão de ser da

política, enquantoarenadedebatesedeliberaçõessobrequestões

societais de interesse comum, e para que cada cidadão valorize

sua dimensão de ser político é necessário que se construam

e espaços políticos públicos e livres a serem ocupados pelos

diferentes atores institucionais e não institucionais, de modo

que haja condições necessárias à expressão de tanto das ações

humanas que buscam a mera subsistência quanto das formas

de espontaneidade e de valores que dão sentido e propósito à

vida, tal como o sonho de uma vida feliz e virtuosa ou de um

mundo plural, solidário e comum a todos.

Por isso Hannah Arendt

31

defende que a política não

pode ser reduzida a um instrumento que serve para atingir um

fim específico de conquista ou manutenção de poder. Mais do

que isso, a política pode e deve ser a visão sobre possível e

necessária evolução da convivência humana, um elo a manter

validade. Tradução de Flávio de Beno Siebeneichler. Rio de Janeiro:

Tempo Brasileiro, 1997, p. 99.

�� �������� �������� �� ���������� ��� ���������� ��������� ��� �������

ARENDT, Hannah. A dignidade da política. Tradução de Helena

Martins. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1993. p. 122.

31���������������������������������������

ARENDT. Hannah.Apromessa da política. Tradução de Pedro Jorgensen

Jr.; Revisão técnica de Eduardo Jardim; Organização e introdução de

Jerome Kohn. Rio de janeiro: DIFEL, 2008.