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Revista da Procuradoria-Geral do Estado do Acre, Rio Branco, v.11, dez, 2016

Paulo Cesar Barreto Pereira

1. INTRODUÇÃO

O manejo do procedimento desapropriatório tem se

mostrado de vital importância para a viabilidade de implantação

de empreendimentos públicos, visto que o Poder Público,

seja ele Federal, Estadual, Distrital, ou Municipal, além de

concessionárias de serviços públicos, não detém um estoque de

bens imóveis capaz de suprir a demanda crescente por bens que

viabilizem essas ações.

Entretanto, a aquisição de bens por parte do Poder

Estatal enfrenta resistência por parte dos particulares em relação

à intervenção dessas ações sobre seu patrimônio.

Esses embates abrangem a amplitude do instituto da

propriedade e os ônus que atuamsobre esseDireito, principalmente

a imposição da aplicabilidade de sua função social, encontra-se na

contraposição da supremacia do interesse público sob o privado e

no reconhecimento da proteção constitucional.

Neste trabalho procura-se abordar as peculiaridades que

envolvem a intervenção estatal sobre a propriedade particular,

sob a forma de desapropriação.

A intervenção supressiva da propriedade privada tem se

mostrado cada vez conveniente e oportuno para possibilitar ao

Poder Público atender às crescentes demandas sociais e, às suas

próprias necessidades.

O procedimento desapropriatório encontra repouso no

Direito Administrativo, entretanto a sua natureza, seus limites

e seus efeitos encontram-se insertos no âmbito de uma opção

política delineada pela

Lex Fundamentalis

.

Em uma concepção mais axiológica o processo de

desapropriação traduz-se em um complexo de atos e fatos