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REVISTA DA PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO DO ACRE
Ensina Duarte (1987):
A grande corrida pelas terras do Acre se deu na
gestão do Governador Wanderley Dantas. Em
seu governo foi feita uma intensa campanha
publicitária, principalmente no Sul do País,
visando divulgar das potencialidades as terras
acreanas,
(sic)
as facilidades de sua aquisição
e as vantagens de se investir no Acre. Esta
campanha constituiu, portanto, em um fator
importante de atração dos paulistas para o
Acre. (DUARTE, 1987, p.56).
Com tantos incentivos do governo para a aquisição
de terras no Acre, ao ser legitimada a ocupação da área pela
compra e registros fraudulentos, a preocupação dos novos
proprietários era limpar as terras mediante a expulsão de índios,
posseiros e seringueiros que se encontravam no interior das
propriedades. (PAULA; SILVA, 2006). Os métodos utilizados
por fazendeiros para a expulsão dos seringueiros eram dos
mais desumanos e cruéis possíveis, o que significava um terror
para a vida desses extratores.
Ressaltam Paula e Silva:
Os métodos expulsórios utilizados foram os
mais diversos. Iam desde a compra da posse
e benfeitorias por preços irrisórios ou troca
por lotes, de área inferior ao módulo oficial, à
destruição das plantações, invasão de posses,
proibição de desmate para o roçado, obstrução
de caminhos e varadouros, inclusive de
rios e igarapés. Além do emprego de outras
formas de violência como espancamento e
assassinatos. (PAULA; SILVA, 2006, p.16).