312
REVISTA DA PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO DO ACRE
aqueles que, de forma precária, iniciam atividades por conta
própria, a partir da crise da borracha.
Na década de 60, com a reorientação política
governamental beneficiando o desenvolvimento do capitalismo
no país, inicia-se uma fase de políticas especiais para a
Amazônia que acarreta muitas transformações em relação à
posse da terra na região, especialmente no Acre. (DUARTE,
1987).
As novas expectativas de desenvolvimento na
região acreana significam o inicio de inúmeros conflitos entre
seringueiros e os novos latifundiários pecuaristas.
2.3 RESISTÊNCIA E LUTA DOS SERINGUEIROS
Não bastasse a vida laboriosa e precária dos
seringueiros, instaura-se a partir da década de 70 o “terror e
violência no mundo dos seringais.” (PAULA; SILVA, 2006,
p.15). Nesse período várias extensões de terras de antigos
proprietários seringalistas foram transferidas para as mãos
de proprietários de outros estados do país, “denominados
genericamente na região por
paulistas
” (DUARTE, 1987, p.55,
grifos do autor). O interesse pelas terras da região não foi por
acaso, mas sim pelo resultado de incentivos governamentais,
sob o argumento de desenvolvimento econômico para a região.