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REVISTA DA PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO DO ACRE
marcada pelo sentimento perene de desvalorização e
desprestígio por parte dos governantes ante a ausência de
políticas de estado que adotem a gestão de pessoas como
coluna vertebral da administração pública, indispensável para
a realização das atividades e finalidade a que se destina, o
atendimento do cidadão.
Certamente, dentre os fatores externos que mais
desmotivam os servidores públicos, em especial, os das
áreas que não contam com plano de carreira bem definido,
são a constatação de que muitas decisões políticas superam
as decisões técnicas e os fartos exemplos de corrupção;
a inevitável convivência com servidores mais antigos
desmotivados que passam boa parte de suas vidas reclamando
do serviço, mas que por comodismo se comportam como
vítimas de uma situação, acarretando uma baixo autoestima;
além da escassez de pessoal e de meios para atender a real
demanda que cresce vertiginosamente a cada dia, agregada
a alta exigência de eficiência desproporcional aos recursos
oferecidos pela administração.
Hodiernamente, os servidores públicos nitidamente
reivindicam um maior comprometimento com o trabalho
público por parte dos próprios gestores chefes, que na maioria
das vezes não exercem uma liderança centrada em objetivos
e metas, e , no entanto, passam a exigir resultados de acordo
com os interesses do momento.
Ademais, permeia no âmbito do serviço público uma
percepção de que este muitas das vezes é utilizado com fim
eleitoreiro, fato que retira do servidor púbico a satisfação de
atender com eficiência qualquer atividade.