Nesse contexto, a globalização financeira (desregulamentação e a abertura dos
mercados financeiros) ganha impulso a partir da década de 80 com a pregação ideológica de livre
mercado nos EUA(Ronald Reagan) e no Reino Unido (Margaret Thatcher), vindo a se consolidar
com o “consenso de Washington”, expressão atribuída ao economista inglês John Willianson,
que teve origem a partir de uma reunião de funcionários do governo dos EUA, dos organismos
internacionais e economistas latino americanos,em 1989, no
International
Institute for
Economya
, sediado na capital americana, cuja finalidade foi formular políticas econômicas para
17
"salvar" os países latino-americanos da crise que atravessavamnaquela década.
18
Frijot Capra, ao abordar as redes do capitalismo global, em “conexões ocultas” ,
enfatiza que embora a doutrina da globalização econômica, também conhecida como
“neoliberalismo”, prega o aumento do comércio internacional como fator gerador de crescimento
econômico global e diminuição da pobreza. Manuel Castells, em sua trilogia sobre a Era da
Informação, ao fazer acurada reflexão acerca dos efeitos sociais e culturais do capitalismo global,
demonstra que omesmo não alivia a pobreza e a exclusão social, muito pelo contrário, agrava-as.
A partir da análise de Castells, denomina-se sociedade em rede essa atual era da
informação marcada pela descentralização do poder, ao observar que a autoridade política está se
tornando mais importante nos níveis regional e local, na medida em que se acompanha o declínio
do Estado nacional como entidade soberana, bem como enfatiza que a geração de conhecimento e
a capacidade tecnológica são as ferramentas fundamentais para a concorrência entre
19
organizações de todos os tipos e países .
Para Anthony Giddens, segundo Odete Maria de Oliveira, a globalização poderá ser
entendida como a intensificação das relações sociais em escala mundial, que assim conectam
relações sociais e localidades distantes, de tal maneira que acontecimentos locais são modelados
20
por eventos que ocorremamuitas milhas de distancias e vice-versa .
Nesse sentido, adverte Odete Maria de Oliveira que “a globalização econômica exerce
pressão sobre as sociedades, civilizações e suas tradições (...) e como processo global, seus
efeitos se estendem sobre as civilizações e suas futuras, sociedades nacionais, movimentos e
organizações, subculturas e grupos étnicos, formações intra-societárias, indivíduos, etc.
impondo alterações e transformações nos padrões socioculturais”.
Ulrich Beck, pesquisador alemão, apresenta, por sua vez, distinções acerca das noções de
globalismo, globalidades e globalização, a partir das quais enfatiza que o conceito de globalização
pode ser entendido como “umprocesso que produz conexões e espaços transnacionais e sociais, que
17
Disponível
emhttp://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u11503.shtml.18
CAPRA, Fritjof. As conexões ocultas: ciência para uma vida sustentável.São Paulo: editora Pensamento- Cultrix,
2002, p. 156.
19
CASTELLS, Manuel. A Sociedade em Rede, A era da informação: Economia, Sociedade e Cultura, Vol.1. São
Paulo: Paz eTerra, 2006, p. 165.
20
Id, Ibdem, p. 252.
O D
ireito na
G
lobalização e o
P
luralismo
J
urídico
66