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RODRIGO FERNANDES DAS NEVES
Não parece haver dúvidas, portanto, que a
construção de uma nova sociedade “requer a assimilação das
reivindicações dos movimentos sociais por parte do sistema
político e das instituições do Estado” de forma a se buscar
uma nova unidade, ou seja, o Estado deve abrir espaço para a
manifestação das identidades fragmentadas e dos movimentos
sociais reativos, já que os movimentos sociais,
vem minando a fantasia neoliberal de
implantação de uma economia global
independente da sociedade por meio de
uma arquitetura de informática. O grande
esquema exclusivista (explícito ou implícito)
de concentração de informações, produção
e mercados em um segmento elitizado da
população, livrando-se dos demais das mais
diversas maneiras, mais ou menos humanistas
de acordo com as disposições de cada
sociedade, vem desencadeando, na expressão
cunhada por Touraine, uma “
grand refus
”.
Ressalve-se, porém, que a transformação
dessa rejeição na reconstrução de novas
formas de controle social sobre novas
formas de capitalismo, globalizado e
informacionalizado, requer a assimilação
das reivindicações dos movimentos
sociais por parte do sistema político e das
instituições do Estado
9
[grifo nosso].
Em tal contexto, uma vez que o fundamento
de legitimação do Estado é a própria política, o papel do
Estado contemporâneo na proteção do meio ambiente
passa, necessariamente, por um
maior debate direto com
9 Idem, p.136.