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REVISTA DA PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO ACRE
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A nação israelense, com toda a sua carga ancestral
de ideais, valores, tradições, e a tão-sonhada necessidade
retorno à pátria, é um dos mais veementes exemplos de
capacidade de sobrevivência cultural de um povo, que sempre
caminhou sob o império da lei. Um dos principais fatores de
manutenção dos laços de cumplicidade positiva e parceria
fraternal entre seus integrantes foi a Torá, o corpo da religião
e dos ensinamentos judaicos, aliada à Halachá, a tradição
legalística do judaísmo, observadas durante todo o período da
diáspora, e que constituem a “pátria portátil” que preservou a
identidade da nação quando integrada à “terra dos outros”.
Em que pese o judaísmo não ser a religião oficial de
Israel, em sua maioria, os judeus são voluntária e eternamente
cativos da religião que sempre os protegeu e fortaleceu contra
as investidas exógenas de sua aniquilação étnica e cultural,
reconhecendo nela elemento essencial para a manutenção de
sua unidade, malgrado a discordância a respeito da importância
desse valor pelos diversos segmentos políticos atuantes na
Declaração de Independência.
Por ocasião do estabelecimento das instituições
políticas necessárias à existência de um Estado moderno
e democrático, Israel homenageou o seu pilar religioso,
submetendo a proposta política de seus fundadores às
imposições dos rabinos e seus partidos no tocante ao
status
quo
. Acordos de cordialidade política foram assinados entre os
líderes em prol da garantia da expressão legal do Estado.