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ROBERTO FERREIRA DA SILVA

Os tempos modernos vem debilitando velhas

estruturas tidas como perpétuas, imutáveis, dogmáticas em

alguns países, onde se busca quebrar paradigmas dos sistemas

constitucionais por eles adotados em prol de uma ampliação

de liberdades democráticas. Urge, pois, uma solução definitiva

para o debate constitucional antecipando o seu desfecho sem

data marcada.

O desafio é como antecipá-lo, trazê-lo para agora,

o momento presente, se não existe, de fato, um verdadeiro e

amplo consenso entre as parcelas antagônicas da sociedade e

também entre elas, a respeito da oportunidade, necessidade

e “utilidade” da aprovação de uma Constituição para Israel,

como se fosse uma panacéia da democracia a beneficiar o

Estado e o povo israelense. Aprofusão de idiossincrasias

112

dos

componentes notáveis da sociedade israelense parece indicar

que isso não é uma tarefa fácil de concluir. Como estabelecer

um pacto social entre as divergentes correntes? Como criar

uma solução doméstica para o problema, sem violar os

objetivos colimados pelos arquitetos e fundadores do Estado?

O quê de fato quer a sociedade israelense? Essas perguntas,

por enquanto, não tem respostas.

112 Em agosto de 2007, das cento e vinte cadeiras do Parlamento uni-

cameral israelense (o Knesset), oito são ocupadas por cidadãos ára-

bes. No Poder Executivo, um árabe, ex-Embaixador na Finlândia, é o

vice-prefeito de Tel-Aviv. Majalli Whbee, Vice-Ministro das Relações

Exteriores, é um druso israelense. Nomeado ministro sem pasta, Salah

Tarif, druso, foi integrante do gabinete original do Primeiro-Ministro

Ariel Sharon. No Poder Judiciário é integrante da Suprema Corte, desde

2004, o

Justice (ministro)

Salim Jubran, árabe-cristão.