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um espaço público de discussão, contradição, diferenças, erros e reflexões, na qual a tolerância e a

cooperação, e não o estabelecimento de relações opressoras de poder, sejam o eixo central do processo

educativo.

Tal comportamento ético por parte dos professores e instituições de ensino jurídico, ainda de

acordocomDePaula,minimiza apossibilidadedoDireito ser utilizadocomo instrumentodemanutenção

dos direitos das elites e de violência simbólica, uma vez que desperta nos alunos um interesse maior na

25

Justiçaenaconstruçãodeumasociedadelivreesolidária .

ATIC, portanto, por permitir experiências atraentes e inovadoras de comunicação, interação e

linguagem,deformadinâmicaelivreparacriatividade,podeserumambientedeextremovalorparaquebra

do paradigma acrítico característico dos cursos de direito no Brasil, visando uma fuga, por parte dos

acadêmicos,dadissociaçãodoDireitoemrelaçãoàrealidadesocialemqueestáinserido.

Contudo, conforme já ressaltado anteriormente, com base em Marcuse, a tecnologia não é

intrinsecamenteboaouruim.Assim,denadaadiantaumambientepropícioàcriatividadeeàlivreprodução

e distribuição de conhecimento sem que haja um ponto de rompimento com o

standard

vigente nos

programasdenossoscursosenadidáticadenossosprofessores.

26

Esse processo de produção e reprodução de umsistema social é abordado por Luhmann, que

afirma que “os sistemas sociais usam a comunicação como seu modo particular de reprodução

autopoiética. Seus elementos são comunicações que são [...] produzidas e reproduzidas por uma rede de

27

comunicaçõesequenãopodemexistirforadessarede” .

Buscar elementosde foradomicrosistemadaacademia jurídica, pormeiodecompartilhamento

e produção autônoma de conhecimento, pode ser, portanto, umelemento exterior que permita a quebra da

28

autoprodução,pornossasfaculdadesdeDireito,dejuristasdogmáticosecidadãosalienados .

XIX - CONCLUSÕES

Este artigo buscou investigar, dentro das limitações próprias deste tipo de estudo, as

possibilidades pedagógicas abertas pelas tecnologias de informação e comunicação digitais

como instrumento de “oxigenação” dos meios acadêmicos jurídicos, hoje responsáveis pela

25

Id, Ibdem, p. 226

26

Autopoiese foi um termo criado por Maturana e Varela no âmbito de estudo de sistemas vivos. Fritjof Capra, em

seulivro “A Teia da Vida”, relativamente ao termo, diz que

auto

significa “si mesmo” e

poiese

(que compartilha a

mesma raiz grega com a palavra “poesia”) significa “criação”, “construção”. Autopoiese, portanto, significaria

“autocriação”.

27

LUHMANN, Niklas, The autopoiesis of Social Systems.

In

Niklas Luhmann, Essays on self-reference, Columbia

University Press, Nova York, 1990.

Apud

Capra, Frijtjof. ATeia da Vida. 9ª Edição. São Paulo: Pensamento-Cultrix,

2004.

28

U

ma visão crítica dessa linha de raciocínio encontra-se expressa, por exemplo, no texto “Zizek contra Bill Gates”, do sítio de

internet “Blog do Emir”, escrito por Emir Sader. O autor inicia o texto com este parágrafo: “O ensaísta esloveno Slavoj Zizek os

chama de 'liberal comunistas'. – incluindo na mesma categoria também a George Soros, aos executivos de Google, da IBM, de

Intel, entre outros – que têm no editorialista do NewYork Times, Thomas Friedman, um dos seus escribas de plantão.Apalavra

chave desses tipos é

smart

. “Ser

smart

, é ser dinâmico e nômade, inimigo da burocracia centralizada; acreditar no diálogo e na

cooperação contra a autoridade central; apostar na flexibilidade contra a rotina; na cultura e no saber contra a produção

industrial; privilegiar as trocas espontâneas e a autopoïese (a capacidade de um sistema de se auto-engendrar) contra as

hierarquias rígidas.” Disponível em

<http://cartamaior.uol.com.br/templates/

materiaMostrar.cfm?materia_id=11646>.

Acesso em12/07/2006. O artigo original foi publicado pela London Reviewof Books.

T

ecnologias de

I

nformação e

C

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D

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