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REVISTA DA PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO DO ACRE
A revolta começava a tomar corpo entre
seringalistas e seringueiros brasileiros que
não se conformavam em ter que obedecer
às autoridades estrangeiras. Enquanto isso,
multiplicavam-se as denúncias de violências
cometidas contra brasileiros que se sentiam
cada vez mais ameaçados em seus direitos.
(ANTUNES;NEVES; SILVEIRA, 2002, p.9).
Dom Luíz Galvez Rodrigues de Árias, jornalista de
nacionalidade espanhola, viajou ao Acre com o patrocínio do
governo do Amazonas e em 14 de julho de 1899 criou o Estado
Independente do Acre, com a capital na cidade do Acre (como
passou a ser chamada Puerto Alonso). (NEVES; ANTUNES;
SILVEIRA, 2002).
A República Independente do Acre durou apenas
oito meses e, nesse tempo, foi montada a estrutura do novo
governo com a criação de departamentos administrativos,
organização dos serviços públicos e legislação própria do
Estado. (DUARTE, 1987, p.13). Galvez foi destituído do
seu cargo de Imperador do Acre em março de 1900 por força
do governo federal brasileiro, que se mantinha fiel ao tratado
de Ayacucho e reconhecia o domínio boliviano na região.
(NEVES; ANTUNES; SILVEIRA, 2002).
Insatisfeitos com a iniciativa de domínio das terras
pelos bolivianos, os seringueiros mobilizaram-se para a luta
contra os vizinhos estrangeiros, dando início à “Revolução
Acreana”:
Plácido de Castro, ao assumir a revolução
preparou um exército de seringueiros (embora
os oficiais fossem todos seringalistas) e