300
REVISTA DA PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO DO ACRE
ver a si mesmo como um ser estimado em suas capacidades e
em seu valor individual.
Honneth afirma que as três formas denegatórias de
reconhecimento já apresentadas podemsermotivadoras de lutas
por reconhecimento. (HONNETH, 2009). O autor denomina
esse processo de luta como “gramática moral” dos conflitos
sociais, porque seguem a seguinte lógica: para cada forma de
reconhecimento negado ocorre uma luta por reconhecimento
em que determinado ponto de vista moral pode ser criticado
e expandido positivamente no processo de desenvolvimento
político e social de uma coletividade.
As formas de negação do reconhecimento do direito e
da estima social são potencialmente capazes de afetar a outros
sujeitos, por possuírem finalidades individuais mais abertas
para as universalizações sociais. O que já não ocorre no âmbito
das relações primárias do amor, onde as relações são mais
estreitas e limitadas. (HONNETH, 2009).
O autor define o que deve ser entendido por luta
social:
Trata-se do processo prático no qual
experiências individuais de desrespeito são
interpretadas como experiências cruciais
típicas de um grupo inteiro, de forma que
elas podem influir, como motivos diretores
da ação, na exigência coletiva por relações
ampliadas de reconhecimento. (HONNETH,
2009, p.257).