303
REVISTA DA PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO DO ACRE
afluentes e subafluentes do rio Amazonas em busca da
seringueira (
Hevea brasilienses
), árvore gomífera da qual
se extrai o Látex para fazer a borracha. (DUARTE, 1987).
Esse povoamento aleatório em busca da riqueza extrativista
desencadeará uma história peculiar de litígio entre Bolívia e
Brasil e, por último, com o Peru.
A questão de anexação do Acre ao Brasil, foi
marcada por conflitos armados entre brasileiros e bolivianos
que resultaram na criação da “República Independente do
Acre”, liderada pelo espanhol Luiz Galvez e na “Revolução
Acreana”, liderada pelo gaúcho Plácido de Castro, ambos os
eventos patrocinados com o apoio do governo do Amazonas
que na época já explorava a extração de látex na região.
Sobre os movimentos de guerrilha no Acre, destaca
Costa:
A Bolívia tinha a posse jurídica do Acre,
com base nos tratados e acordos assinados
com o Brasil, mas não tinha de fato, porque o
território estava ocupado por brasileiros. Essa
ambigüidade
(sic)
foi que motivou a revolta, no
inicio de 1990, entre brasileiros e bolivianos.
(COSTA, 2005, p.31).
6
Achegada dos bolivianos às terras acreanas significava
uma afronta aos brasileiros que já viviam e trabalhavam na
região.
6 Durante o Império, foi concluído o Tratado de Ayacucho, em 1867, entre
Brasil e Bolívia. (TOCANTINS, 2003, p. 34). O Tratado de Ayacunho, no
entanto, não foi suficiente para sanar as incertezas das linhas fronteiriças
entre os dois países, “já que depois constatou-se posteriormente, que
as verdadeiras cabeceiras do Javari estavam situadas a 7°06’. Foi essa
descoberta em 1895, quando a fronteira foi demarcada na prática.”
(NEVES; ANTUNES; SILVEIRA, 2002, p.6).