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REVISTA DA PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO DO ACRE

afluentes e subafluentes do rio Amazonas em busca da

seringueira (

Hevea brasilienses

), árvore gomífera da qual

se extrai o Látex para fazer a borracha. (DUARTE, 1987).

Esse povoamento aleatório em busca da riqueza extrativista

desencadeará uma história peculiar de litígio entre Bolívia e

Brasil e, por último, com o Peru.

A questão de anexação do Acre ao Brasil, foi

marcada por conflitos armados entre brasileiros e bolivianos

que resultaram na criação da “República Independente do

Acre”, liderada pelo espanhol Luiz Galvez e na “Revolução

Acreana”, liderada pelo gaúcho Plácido de Castro, ambos os

eventos patrocinados com o apoio do governo do Amazonas

que na época já explorava a extração de látex na região.

Sobre os movimentos de guerrilha no Acre, destaca

Costa:

A Bolívia tinha a posse jurídica do Acre,

com base nos tratados e acordos assinados

com o Brasil, mas não tinha de fato, porque o

território estava ocupado por brasileiros. Essa

ambigüidade

(sic)

foi que motivou a revolta, no

inicio de 1990, entre brasileiros e bolivianos.

(COSTA, 2005, p.31).

6

Achegada dos bolivianos às terras acreanas significava

uma afronta aos brasileiros que já viviam e trabalhavam na

região.

6 Durante o Império, foi concluído o Tratado de Ayacucho, em 1867, entre

Brasil e Bolívia. (TOCANTINS, 2003, p. 34). O Tratado de Ayacunho, no

entanto, não foi suficiente para sanar as incertezas das linhas fronteiriças

entre os dois países, “já que depois constatou-se posteriormente, que

as verdadeiras cabeceiras do Javari estavam situadas a 7°06’. Foi essa

descoberta em 1895, quando a fronteira foi demarcada na prática.”

(NEVES; ANTUNES; SILVEIRA, 2002, p.6).