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REVISTA DA PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO DO ACRE
A inspiração teórica de Honneth partiu da concepção
hegeliana de luta por reconhecimento e da psicologia pós-
freudiana de Hebert Mead. De acordo com o pensamento
desses autores, a reprodução da vida social é efetuada sob o
imperativo de um reconhecimento recíproco intersubjetivo
que possibilita uma autorrelação positiva do indivíduo consigo
mesmo.
Portanto, com a inclusão da psicologia social
de Mead, a idéia que o jovem Hegel traçou
em seus escritos de Jena com rudimentos
geniais pode se tornar o fio condutor de uma
teoria social de teor normativo; seu propósito
é esclarecer os processos de mudança social
reportando-se às pretensões normativas
estruturalmente inscritas na relação de
reconhecimento
recíproco.(HONNETH,
2003, p.155)
Em linhas gerais, a teoria crítica honnethiana pretende
construir um novo conceito teórico de reconhecimento
social, cujo elemento central dessa teoria são as lutas por
reconhecimento motivadas a partir das experiências de
desrespeito de indivíduos e coletividades no interior do
processo de formação da identidade humana.
1.1 TEORIA DO RECONHECIMENTO
Baseando-se nos pressupostos teóricos de Hegel,
Honneth identifica três dimensões distintas, mas interligadas
de reconhecimento: no âmbito privado do amor e da amizade,
no campo das relações jurídicas e na esfera da solidariedade
social.