287
REVISTA DA PROCURADORIA-GERAL DO ESTADO DO ACRE
luta por reconhecimento de direitos dos seringueiros, a partir
dos movimentos sociais na década de 70, tornando evidente
o papel político de Chico Mendes no decorrer dessa história,
o qual lutou por proteção dos direitos e emancipação social
de toda uma comunidade no interior da floresta, e com a sua
morte pode-se dizer que houve uma maior visibilidade à sua
causa. No aspecto jurídico, foram inseridas normas em nosso
ordenamento em prol dos seringueiros, a exemplo da atual
aprovação da denominada “PEC dos seringueiros”, Proposta
de Emenda à Constituição nº 556/2002.
INTRODUÇÃO
Neste texto desenvolveremos algumas reflexões sobre
as relações de reconhecimento formadoras de identidades
individuais e coletivas segundo a teoria crítica de Axel
Honneth. Tentaremos explicar de forma sintética sobre as
três dimensões de reconhecimento da teoria honnethiana e
como essas dimensões implicam na autorrelação positiva dos
indivíduos e coletividade.
Em seguida, analisaremos as formas de desrespeito e
rebaixamento social a partir da literatura nacional. A narrativa
de Euclides da Cunha atuará como denuncia às formas de
injustiça social na história dos seringueiros.
Relataremos, ainda, como os seringueiros ingressaram
em uma luta por reconhecimento de direitos liderados por
Chico Mendes e como se relaciona a história de vida dos
seringueiros com a teoria honnethiana.