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Boletim da PGE Acre | Fevereiro/ Março

07

material da Procuradoria. Era

uma sala cheia de porcaria, só

maquina velha quebrada e não

tinha uma caneta. Era um

depósito mesmo, não tinha nada

de útil. Não tinha um envelope.

Eu não sei como era que

funcionava antes.

Como a senhora avalia a

estrutura da PGE daquela época

comparada à do presente?

Em termos de espaço físico, lá no

p r i me i r o p r é d i o a g e n t e

trabalhava meio apertadinho, aí

nós fomos para aquele casarão e

ficou um pouquinho melhor, era

um casarão grande. De lá viemos

para o “Porão”. Ali, Deus me livre!

Então viemos pra cá (sede atual).

Deu uma melhorada boa, porque

era um prédio novinho, móveis

todos novos. Era dividido entre a

Procuradoria e a Defensoria, mas

era como se fosse um só, porque

Procuradores e Defensores eram

todos juntos, mas mesmo assim

sempremuito apertado.

Naquela época, eu lembro que a

gente dividia tudo. Existiam

poucos recursos para a PGE. Uma

semana eu trazia o cafezinho. Na

outra, o Dr. Manchini trazia. A

menina fazia o café, e aí as

pessoas chegavam pra o

Procurador atender e e l e

mandava servir o meu café. Na

maior cara de pau ele mandava

servir meu café (risos). A menina

dizia: “Doutor, esse café é da

Vera, que ela trouxe de casa”. E

ele dizia: “não faz mal”, e dava

uma risada.

Qual é a sua concepção hoje da

PGE?

Para mim, a Procuradoria sempre

foi o meu segundo lar. Eu estou

aqui dentro mais da metade da

minha vida. Tive minhas filhas

trabalhando aqui. Casei as três

trabalhando aqui. Eu vivo mais

aqui do que na minha casa. Já

fiquei horas e horas, feriado e dia

santo trabalhando até de

madrugada. Graças a Deus, eu

tenho orgulho de dizer que esses

Procuradores que estão aí, é

como se fossem meus filhos,

porque a primeira pessoa que

eles tiveram contato foi comigo

pra inscrição de concurso.

Algo a lembrar da admissão dos

procuradores?

O Dr. Rodrigo (atualmente

Procurador-Geral), pra mim, é

como se fosse um filho. Ele

chegou aqui um garoto. Me

lembro como se fosse hoje, ele na

sala do setor de material, eles

[ c o n c u r s a d o s ] e s t a v a m

esperando para uma reunião

com o Procurador-Geral, e eu era

a secretaria do concurso. Eles

e s t a v am n a m i n h a s a l a

esperando a reunião, escorados

n o a r m á r i o e a g e n t e

conversando.

Hoje em dia, a gente já não tem

e s s e m e s m o c o n t a t o .

Atualmente, passa gente por mim

aqui na Procuradoria que eu não

sei nem quem é. É muita gente

que tem aqui. Isso quer dizer que

a Procuradoria cresceu, que a

Procuradoria tem um leque bem

grande, e agora realmente está

atuando, fazendo a função que é

dela. E a tendência émelhorar.

Qual foi o grande marco para a

evolução da PGE?

O marco foi a lei que determinou

que somente Procuradores de

carreira poderiam assumir o

comando da Instituição. Foi

muito bom para a Procuradoria o

Procurador-Geral ser daqui.

Quem é que vai dar valor para o

que não é seu? Ninguém dá valor

para o que não é seu. Depois que

passou a ser Procurador de

carreira, foi que a gente começou

a ter mais valor, e a darem valor

para a gente. Porque se não era

daqui, ia se interessar pra que?

Vinha só pra receber um salário e

acabou. Mas as coisas mudaram

e por isso cresceu o tanto que

cresceu.

A senhora se vê longe da

Instituição?

Em 2005 eu já poderia me

aposentar. Mas não me aposento

porque não me vejo fora daqui.

Primeiro, que eu não tenho nada

para fazer em casa. Não tenho

outra atividade. Minha vida

inteira foi aqui na Procuradoria.

Vou fazer o que dentro de casa? E

eu me acho capaz. Então,

enquanto eu não começar a fazer

besteira, eu vou ficar por aqui.

PGE-AC