Boletim da PGE Acre | Fevereiro/ Março
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material da Procuradoria. Era
uma sala cheia de porcaria, só
maquina velha quebrada e não
tinha uma caneta. Era um
depósito mesmo, não tinha nada
de útil. Não tinha um envelope.
Eu não sei como era que
funcionava antes.
Como a senhora avalia a
estrutura da PGE daquela época
comparada à do presente?
Em termos de espaço físico, lá no
p r i me i r o p r é d i o a g e n t e
trabalhava meio apertadinho, aí
nós fomos para aquele casarão e
ficou um pouquinho melhor, era
um casarão grande. De lá viemos
para o “Porão”. Ali, Deus me livre!
Então viemos pra cá (sede atual).
Deu uma melhorada boa, porque
era um prédio novinho, móveis
todos novos. Era dividido entre a
Procuradoria e a Defensoria, mas
era como se fosse um só, porque
Procuradores e Defensores eram
todos juntos, mas mesmo assim
sempremuito apertado.
Naquela época, eu lembro que a
gente dividia tudo. Existiam
poucos recursos para a PGE. Uma
semana eu trazia o cafezinho. Na
outra, o Dr. Manchini trazia. A
menina fazia o café, e aí as
pessoas chegavam pra o
Procurador atender e e l e
mandava servir o meu café. Na
maior cara de pau ele mandava
servir meu café (risos). A menina
dizia: “Doutor, esse café é da
Vera, que ela trouxe de casa”. E
ele dizia: “não faz mal”, e dava
uma risada.
Qual é a sua concepção hoje da
PGE?
Para mim, a Procuradoria sempre
foi o meu segundo lar. Eu estou
aqui dentro mais da metade da
minha vida. Tive minhas filhas
trabalhando aqui. Casei as três
trabalhando aqui. Eu vivo mais
aqui do que na minha casa. Já
fiquei horas e horas, feriado e dia
santo trabalhando até de
madrugada. Graças a Deus, eu
tenho orgulho de dizer que esses
Procuradores que estão aí, é
como se fossem meus filhos,
porque a primeira pessoa que
eles tiveram contato foi comigo
pra inscrição de concurso.
Algo a lembrar da admissão dos
procuradores?
O Dr. Rodrigo (atualmente
Procurador-Geral), pra mim, é
como se fosse um filho. Ele
chegou aqui um garoto. Me
lembro como se fosse hoje, ele na
sala do setor de material, eles
[ c o n c u r s a d o s ] e s t a v a m
esperando para uma reunião
com o Procurador-Geral, e eu era
a secretaria do concurso. Eles
e s t a v am n a m i n h a s a l a
esperando a reunião, escorados
n o a r m á r i o e a g e n t e
conversando.
Hoje em dia, a gente já não tem
e s s e m e s m o c o n t a t o .
Atualmente, passa gente por mim
aqui na Procuradoria que eu não
sei nem quem é. É muita gente
que tem aqui. Isso quer dizer que
a Procuradoria cresceu, que a
Procuradoria tem um leque bem
grande, e agora realmente está
atuando, fazendo a função que é
dela. E a tendência émelhorar.
Qual foi o grande marco para a
evolução da PGE?
O marco foi a lei que determinou
que somente Procuradores de
carreira poderiam assumir o
comando da Instituição. Foi
muito bom para a Procuradoria o
Procurador-Geral ser daqui.
Quem é que vai dar valor para o
que não é seu? Ninguém dá valor
para o que não é seu. Depois que
passou a ser Procurador de
carreira, foi que a gente começou
a ter mais valor, e a darem valor
para a gente. Porque se não era
daqui, ia se interessar pra que?
Vinha só pra receber um salário e
acabou. Mas as coisas mudaram
e por isso cresceu o tanto que
cresceu.
A senhora se vê longe da
Instituição?
Em 2005 eu já poderia me
aposentar. Mas não me aposento
porque não me vejo fora daqui.
Primeiro, que eu não tenho nada
para fazer em casa. Não tenho
outra atividade. Minha vida
inteira foi aqui na Procuradoria.
Vou fazer o que dentro de casa? E
eu me acho capaz. Então,
enquanto eu não começar a fazer
besteira, eu vou ficar por aqui.
PGE-AC