No mês de novembro, celebramos o dia da Consciência Negra, sendo o dia 20 de novembro uma data para relembrar e reafirmar as lutas do povo negro pelo fim da opressão, violência, discriminação e do racismo. A data relembra a morte de Zumbi dos Palmares, último líder do quilombo dos Palmares, assassinado em 1695.
A lei que deu fim à escravidão deveria significar o alcance da liberdade. No entanto, e infelizmente, representou o início de um período de desigualdade social e racial que se perpetua até os tempos atuais. O racismo continua presente nas estruturas sociais e institucionais deste país e é manifestado pela falta de oportunidades para pessoas negras, por baixa remuneração, pelas tentativas de apagamento da cultura e da participação africana na construção do nosso país, e pelo epistemicídio acadêmico de negros e negras, entre outras formas de destruição e de violência.
As consequências do racismo na vida de pessoas negras são reais e devastadoras. É possível enxergar o impacto do racismo na construção da subjetividade da população negra, através de sentimentos de inferioridade, baixa autoestima, sentimentos de vergonha, culpa, medo, angústia, ansiedade, depressão, insegurança, inadequação, autocobrança excessiva, rigidez, entre outras consequências.
O Dia da Consciência Negra, marca a importância dos diálogos e ações para combater o racismo e a desigualdade social, que está fortemente ligada as circunstâncias históricas. Ações que devem ser efetivas durante todo o ano, no mês de novembro se intensificam. Há décadas o mês de novembro tem se tornado referência para atividades que inspiram a luta e resistência. A consciência negra é isto, um misto de conscientização da importância do preto na sociedade. Um período significativo para refletirmos, celebrarmos a diversidade e fortalecermos nosso compromisso com a igualdade e equidade.
Paula Luane Braga
Psicóloga, CRP-24 03045